De 1 a 24 de Fevereiro na Igreja de S. Vicente
A Câmara Municipal de Évora e a Câmara Municipal de Lisboa inauguram no próximo dia 1 de Fevereiro, sexta-feira, pelas 19 horas, na Igreja de S. Vicente, uma exposição de fotografia da Colecção Ferreira da Cunha, proveniente do espólio do Arquivo Municipal de Lisboa - Arquivo Fotográfico.
A Colecção Ferreira da Cunha é composta por 2270 negativos em chapa de vidro preto/branco e constitui uma amostra do trabalho realizado pelos pioneiros da reportagem fotográfica em Portugal. Inclui imagens da autoria de Joshua Benoliel (1873-932), o primeiro e provavelmente mais notável foto-repórter português, mas também dos que procuraram seguir o seu exemplo de modernidade, como Anselmo Franco (1879-965), Vasco Serra Ribeiro (?), André Salgado (19690-1962) e o próprio Ferreira da Cunha (1901-1970).
Para esta exposição foram seleccionadas algumas fotografias do espólio, que constituem fragmentos de reportagens fotográficas. São imagens retiradas do seu contexto de produção e difusão - a imprensa - e que valem por si, pelo testemunho que deixam de outros tempos e modos de fotografar o real, de fazer fotojornalismo.
Ferreira da Cunha começou a trabalhar como repórter fotográfico em jornais desportivos e revistas de actualidades. No início de 1926, foi levado por João Pereira da Rosa para o jornal “O Século”. Em 1933, transitou para o “Diário de Notícias”, para dirigir a secção de reportagem fotográfica, e aí permaneceu até ao fim da vida. Paralelamente, colaborou nos magazines O “Notícias Ilustrado” (1928-1935) e “O Século Ilustrado”, a partir de 1938, dirigidos por Leitão de Barros. Desafiado por este jornalista e cineasta, integrou a equipa de fotografia dos filmes Lisboa. Desempenhou cargos directivos no sindicato dos jornalistas e Caixa de Reformas da classe.
Ferreira da Cunha deixou-nos reportagens fotográficas sobre acontecimentos políticos e militares marcantes, actos oficiais e de Estado, eventos desportivos e diversos aspectos de Lisboa - o quotidiano, o mundo artístico e as festas populares. Apesar de ter exercido o grosso da sua actividade durante o Estado Novo, sujeito aos constrangimentos da Censura, da “política do espírito” e das “encomendas” de Oliveira Salazar, pôde revelar as suas grandes qualidades de repórter fotográfico.
Esta mostra estará patente ao público até ao dia 24 de Fevereiro, com o seguinte horário: terça a domingo das 11:00 às 13:00, e das 15:00 às 19:00, encerrando ao sábado.