Em 1981 a cidade de Évora foi invadida por artistas de todo o mundo. Eram escultores e participavam no Simpósio Internacional de Escultura de Évora. Dezenas de obras foram instaladas em espaços públicos, tornando-se verdadeiros ícones desses locais, como "O beijo", no Jardim Diana, numa alusão aos jovens que se encontravam ali para namorar. Uma verdadeira provocação à sociedade de então numa cidade do interior do país. Passados 30 anos, o escultor João Cutileiro, em colaboração com outros artistas, pretendiam celebrar essa iniciativa. A esperança já estava quase morta, até que o financiamento foi aprovado.
«Trabalhei nisto até bastante tarde, mas depois ficou numa espécie de "águas de bacalhau" e não sabia sequer que tinha sido desbloqueada verba para isso» diz João Cutileiro, que afirma existirem «propostas muito boas, entre elas a produção de um filme sobre o simpósio», mas desconhece se tal foi aprovado. Certo é, para já, que em Novembro, Évora recebe uma conferência internacional sobre escultura e arquitetura. O Sapo apurou que, também, estudantes, escultores e arquitetos de todo o mundo poderão participar em diversos concursos de criação artística em Évora, Estremoz, Borba e Vila Viçosa. A celebração dos 30 anos do Simpósio Internacional de Escultura de Évora estende-se desta forma a outras zonas do Alentejo, mas também a outras formas de criação como a arquitetura. As obras produzidas serão instaladas em diversos locais públicos. O trabalho está agora nas mãos da Turismo do Alentejo, organismo que considera este projeto «um grande momento de comunicação para o Alentejo afirmar a sua importância como destino de turismo cultural».
O presidente desta Entidade Regional, Ceia da Silva espera que a Escultura na Cidade «seja tão marcante para a região e para o país, como foi o simpósio de 1981».