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15 de Novembro de 2011

Leve, portátil, com uma mala à prova da chuva  e vermelha como a paixão. Valentine foi apresentada ao público no dia de São Valentim em 1969. Foi criada por Ettore Sottsass e Perry King e é o “simbolo da liberdade da Pop”. Quem o diz é Paulo Parra, diretor do Museu do Artesanato e do Design de Évora. E apesar de todas as peças de design industrial patentes neste museu serem suas,  escolhe esta máquina de escrever como o simbolo da exposição 25 Mestres do Design (MADE) . Ao todo são 125 peças de design industrial, desde a primeira Polaroid à  Vespa do pós-guerra, que definitivamente viram “ a luz do dia”, depois da muita polémica que envolveu a criação do MADE, pelo facto deste vir a ocupar o espaço do então Centro de Artes Tradicionais. Este centro de exposições, que ainda não é um museu reconhecido, e cujo o processo decorre no Instituto Português de Museus, surge de uma  parceria entre a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, a Câmara Municipal de Évora e o colecionador Paulo Parra. Desta forma um dos maiores expólios de design industrial fica disponível para o público, juntamente com a coleção de artesanato já existente e que continua a ser apresentada. Exemplo disso é a primeira exposição  que mostra as “Formas utéis do Artesanato Alentejano” ao mesmo tempo que as  “125 peças dos 25 mestres do design” e explica “A evolução da cadeira portuguesa”. Na primeira visita guiada, feita aos jornalistas, Paulo Parra destaca três peças. Uma em cada parte da exposição. “No artesanato, um tropeço, ainda muito rustico, nas cadeiras, uma peça do arquiteto Raúl Lino de 1914 e que pela primeira vez saíu de Lisboa e no design as 5 peças de Cristopher Dresser do século XIX”.

Foi necessário um investimento de 1 milhão de euros para recuperar o edíficio do antigo Centro de Artes Tradicionais e transformá-lo, arquitetonicamente, num museu. Este equipamento prevê ainda a instalação de uma biblioteca temática, propriedade de Paulo Parra e de um auditório onde serão realizadas conferência e workshops com diversos especialistas.

Cada entrada neste museu custa 2 euros, sendo que estão previstos descontos para crianças e familias. Todas as receitas revertem para a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, proprietária do Museu, sendo que, segundo esta organização, o coleccionador não recebe qualquer dinheiro pela cedência das peças.

publicado por EOL às 10:30
Desconhecia que o antigo museu de etnografia de Évora integra, agora, uma colecção de design. Não me parece grande casamento, nem valorização da arte popular, dado que os exemplares, produto de design, são múltiplos industriais, totalmente iguais entre si. O artesanato tem o valor da obra única, onde cada exemplar é produzido de forma singular e não em série. Talvez resulte, em termos museológicos, o contraste para objectos de finalidade idêntica. Reconhecemos que há peças de design que são únicas e têm, até, o valor de autênticas obras de arte, mas a maioria da produção resultante do design não tem esse estatuto. Este reparo não passa de uma simples opinião, sem valor absoluto, pois, na vida, tudo é subjectivo. Desde já os meus parabéns a Paulo Parra pela cedência do seu valioso espólio para a exposição conjunta. Cumprimentos e abraço amigo de Leonel Borrela
leonel borrela a 16 de Novembro de 2011 às 19:57
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